Business Model Canvas: ferramenta essencial para começar uma startup

Business Model Canvas: ferramenta essencial para começar uma startup

Para os especialistas que debateram o panorama das statups brasileiras no festival de tecnologia e inovação South by Southwest Interactive 2015 no Texas (EUA), apesar de o Brasil ser um país promissor em possibilidades de negócios e com um imenso mercado, ainda há carência de statups eficientes.

Para os investidores isso significa empresas de US$1 bilhão, pensamento ousado na criação e desenvolvimento das empresas emergentes.

Uma boa opção para empreendedores que pretendem montar o seu negócio e tentar alcançar a atenção desses investidores internacionais pode ser deixar o plano de negócios de lado e partir para algo muito mais rápido, fácil e interessante, o Business Model Generator, uma ferramenta essencial para quem quer começar uma statup.

Simplicidade que se transforma em uma receita de estratégia

Nem sempre é fácil montar o modelo de negócio que definirá a forma como a sua empresa vai criar valor e entrega-lo aos clientes, gerando renda no processo, claro. E é aí que a Business Model Canvas (BMC) se mostra realmente um diferencial.

Criada por Alexander Osterwalder e formalizado no livro “Business Model Generation” escrito em parceria com Yves Pigneur, a ferramenta transforma as descrições formais do negócio em uma verdadeira receita de estratégia, composta por nove blocos que constroem de forma visual e rápida novos produtos e serviços.

Estes nove blocos são os building blocks, ou elementos fundamentais, que extraem propostas que não só atendam, mas principalmente que potencializem os principais objetivos. Com layout simples, o Canvas pode ser baixado para o smartphone ou PC, impresso em PDF ou, para quem quiser facilitar ainda mais a contribuição corporativa, replicar o modelo em um quadro – e aí a dica é preenchê-lo com post-its, facilitando a manipulação. Tudo rápido, fácil e inteligente.

Os nove elementos fundamentais podem ainda ser encarados como dois grandes blocos, consideradas “dimensões”. A da direita representa os elementos emocionais e subjetivos, e a da esquerda os objetivos, lógicos e estruturais. A dica é começar seu preenchimento da direita para a esquerda, de forma iniciar o trabalho conhecendo as expectativas e os anseios dos envolvidos para depois, aí sim, passar para a concretização desses aspectos emocionais.

A possibilidade de visualização fácil dessas informações é uma das características mais marcantes do BMC, justamente por integrá-las de forma sistêmica e fácil – e é justamente a integração dessas percepções, de como cada parte dos elementos vão interagir para determinar a forma como a startup atuará que torna o modelo tão bom e eficiente.

Modelo-Canvas

Perguntas ajudam a mostrar o caminho

Um dos destaques do modelo é a facilidade de preenchimento, não só pelo apelo visual, mas por seu próprio conteúdo: os nove blocos ou elementos fundamentais vêm acompanhados de perguntas-chave que ajudam a formar o conteúdo. “Que valor proporcionamos aos nossos clientes”, “Que recursos-chave requerem nossas propostas de valor” e “Quais os canais de comercialização e quais os mais importantes” são algumas delas. Os blocos se dividem em:

  1. Segmento de mercado
  2. Proposta de valor
  3. Canais de comercialização
  4. Relação com os clientes
  5. Fontes de renda
  6. Recursos-chave
  7. Atividades-chave
  8. Parcerias-chave
  9. Estruturas de custo

Por que o BMC é melhor do que um plano de negócios para as startups?

O business model é mais eficiente nas startups do que os planos de negócios porque, na maioria das vezes, os empreendedores ainda não tiveram contato suficiente com seus clientes para poderem fazer projeções financeiras, por exemplo, para 5 anos adiante – principalmente na época em que estamos vivendo, onde a velocidade no mundo dos negócios é quase supersônica. Para se ter uma ideia, há 10 anos o Twitter nem existia ainda. Por isso o plano de negócio acaba se desfazendo nos primeiros contatos com os clientes.

Ele funciona muito bem, no entanto, para grandes empresas, aquelas em que as variáveis já são (ou deveriam,) ser conhecidas. Na prática, quando utilizado para as startups o plano de negócio mostra-se útil apenas para conseguir capital de risco para investimento – mesmo assim antes de consegui-lo é preciso mostrar que a empresa tem tração – e para definir as hipóteses sobre as quais o negócio será construído.

Dessa forma o Business Model Canvas realmente torna-se, mais até que uma ferramenta, uma aliada poderosa para a criação de startups e, quem sabe, chegar ao ponto que os investidores internacionais tanto desejam no Brasil.

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