Desde que o mundo é mundo, baseamos nossa história e o molde da sociedade em uma palavra: conexão. Tudo bem, você sabe que não existia Internet para se conectar nas cavernas da pré-história, mas sabe também que esse verbo não surgiu apenas na era digital, mas ele ganhou um novo significado – possivelmente o mais importante desde então. Conexão rege indústrias inteiras, gira milhões em capital, envia satélites para a nossa órbita e move pessoas ao redor do globo. Mas por que agora esse simples verbo se tornou tão relevante?
Bem antes disso, as conexões nos remetiam a diversas acepções: conexão pessoal, emocional, espiritual, profissional, enfim. Uma infinidade de significados que tem como característica comum o fato de todos serem centrados no ser humano e/ou em suas relações com o outro.
Criamos e aprofundamos nossas conexões todos os dias com pessoas de diversas partes do mundo – graças, coincidentemente, à conexão via Internet. Mas o que de fato há de tão importante e tão especial nisso?
O fato é que as nossas conexões dizem muito sobre nós. Elas moldam quem somos. Aquela coisa bíblica do “diga com quem tu andas e direi quem tu és” faz bastante sentido no contexto da hiperconexão do século XXI. E vai fazer cada vez mais.
Se nossas conexões dizem quem somos, então podemos dizer que o comportamento dos nossos amigos também diz muito sobre nós mesmos. E não é só isso: o dos amigos dos amigos também. E dos amigos dos amigos dos amigos. É confuso, mas Nicholas Christakis explica melhor isso em seu TED:
No mundo profissional não poderia ser diferente. Vai dizer que nunca ninguém te pediu indicação de algum conhecido que seja perfeito para um cargo na sua empresa? Se foi você quem procurou por indicação, pode reparar: você só pede para quem você acha competente o suficiente. Para aquele funcionário que é bom no que faz. Ele deve conhecer alguém que faça o trabalho tão bem quanto ele, não é?
Essa coisa inconsciente de pedir ajuda para alguém que é bom nada mais é do que o reflexo do que o Nicholas explica em seu TED. Somos feitos de conexões e nos tornamos pessoas melhores (ou piores) por causa delas.
Tudo isso vai além de contratações e indicações. Se você é um empreendedor, o sucesso do seu negócio também depende muito das conexões que você tem e das que você constrói ao longo do tempo de vida da sua empresa. É por isso que cada vez mais ouvimos falar em networking.
Networking significa construir a sua rede de contatos profissionais para trocar experiências e informações. É natural que a gente pense que essa rede de contatos deve ser de pessoas que trabalham na mesma área que nós. Mas reflita um pouquinho: a riqueza do seu network está justamente na variedade de perfis e de áreas às quais você tem acesso.
Seja você um empreendedor ou um profissional do mercado, o networking vai ser fundamental para sua vida, independente do seu ramo de negócio, maturidade ou experiência. Seja para as contratações, parcerias, patrocínios, divulgações de mão dupla e, talvez o mais importante, troca de experiências para aprender com os erros e acertos do outro.
Então, ficam aqui duas dicas fundamentais para que você possa gerar boas conexões e aumentar seu networking.
1. A primeira dica é puramente comportamental: seja empático. Empatia é a nossa capacidade de se colocar no lugar do outro, adotar sua perspectiva e compartilhar seus sentimentos.
A empatia é tão poderosa que, ao fazer uso desse simples recurso de entender o outro, você cria uma conexão muito mais poderosa e profunda. Quando você leva empatia a uma conversa profissional, você consegue acessar camadas de entendimento sobre o outro que antes não tinha. Suas reais dores, seus principais desafios e, claro, suas qualidades fundamentais.
Ter empatia vai te ajudar a expandir e, principalmente, aprofundar suas conexões, permitindo a criação de um networking realmente poderoso.
2. A Segunda dica é entender que a diversidade de conexões podem te ajudar a aumentar seu conhecimento de diferentes formas. Entender que pessoas diferentes gostam de coisas diferentes podem abrir sua cabeça para o novo.
Mas não basta ter uma conexão superficial para “aumentar sua rede” se conectar com pessoas quer dizer trocar, conversar, interagir e principalmente entender e esses pontos juntos fazem com que sua rede precise ser diversa, com pessoas de diferentes etnias, regiões, religiões e nível social.
A terceira dica vem como consequência das anteriores que é sair um pouco do mundo virtual e interagir com pessoas com mais frequência. Uma grande máxima que sempre ouvimos é que “mensagens não têm tom de voz” e o calor humano pode amenizar muito essa frase.
Olhar no olho das pessoas e falar com elas pessoalmente faz com que a pessoa esteja presente e realmente te ouvindo.
Para essa dica é fundamental trabalhar sua comunicação, contar uma história envolvente que use das emoções e transpareça sempre a verdade. Falar em público pode ser um desafio para diversas gerações, mas se bem trabalhada é um ótimo diferencial para criar conexões verdadeiras.
Muito além de frequentar eventos que fomentam as conexões, tem outra coisa que você precisa saber: o networking não é um simples ato, mas uma mudança de mindset. É uma prática que acontece não só nos lugares em que você está preparado para que a conversa aconteça, mas também nos momentos que você não faz ideia que pode haver uma conexão. Pode ser no elevador do trabalho, na padaria, na saída do cinema ou na praça de alimentação do shopping. Antes de tudo, a transformação e o poder das conexões começa em você.