DIY: a revolução do "Faça Você Mesmo"

DIY: a revolução do "Faça Você Mesmo"

“A próxima revolução industrial”. É com estas palavras que Chris Anderson — referência quando o assunto é tecnologia, autor do livro “A cauda longa”, e ex-editor da revista americana Wired — define o movimento DIY, acrônimo de Do It Yourself, ou Faça Você Mesmo.

Não é difícil embarcar neste entusiasmo quando analisamos brevemente o momento em que estamos vivendo: a tecnologia de impressão 3D já possui modelos de prototipagem rápida vendidos a preços cada vez mais acessíveis*. Hardwares* ficaram tão fáceis de comprar quantosoftwares. A chamada “internet das coisas” abre uma série de possibilidades e o crowdfunding, como uma cereja do bolo, torna-se um mecanismo capaz de tornar ainda mais fácil as iniciativas de pessoas tão comuns quanto cada um de nós.

É verdade que o movimento DIY teve início com causas nada associadas à produção de chamados bens de consumo. Nos primórdios dos anos 1970, o movimento originou-se como um chamado anarquista e anticomunista, como uma grande rejeição à ideia de ter que comprar de um terceiro as coisas que se deseja ou necessita. E foi o questionamento ao monopólio das técnicas por especialistas que levou entusiastas a colocarem a a mão na massa, estimulando a capacidade de pessoas não-especializadas aprenderem a realizar coisas além do que tradicionalmente se julgavam capazes.

Tecnologias a serviço da produção pessoal

A impressão 3D não é uma novidade — a técnica existe desde os anos 1950. Mas como toda tecnologia em seu estágio inicial, as máquinas capazes de fabricar objetos tridimensionais eram muito caras e repletas de limitações quanto ao tamanho dos objetos capazes de produzir. Por isso, eram usadas somente por grandes indústrias, para testar a fabricação de seus produtos.

O avanço da tecnologia, com a possibilidade de outros tipos de materiais para prototipagem, a capacidade de produzir itens maiores e mais complexos, baixo custo de softwares e hardwares, foi o responsável por este grande salto que é possível ver hoje, quando as possibilidades do uso da impressão 3D são infinitas. É um incremento e tanto à cultura do Faça Você Mesmo, configurando-se realmente como uma possível nova revolução industrial encabeçada por lógica simples: se você pode imaginar e desenhar algo, a impressora pode produzi-lo.

DIY no Brasil

No Brasil, não somente impressoras estão sendo fabricadas e ganhando cada vez maior número de adeptos, incorporando-se aos mais diversos modelos de prestação de serviços. Também vemos diversos eventos em que workshops aproximam cada vez mais entusiastas da possibilidade de fazer, por conta própria, o objeto de seu desejo.

É esta “fábrica doméstica”, ou seja, o empoderamento por pessoas comuns de ferramentas para fazer e testar ideias que está engendrando esta nova revolução industrial. É uma mudança no ciclo da produção. Se o modelo de democratização inovador da web vem impulsionando o empreendedorismo e o desenvolvimento econômico, é certo que novos fenômenos serão vistos com o advento da prototipagem 3D.

Medicina, design, arquitetura, entretenimento, arte: as áreas são muitas e o único limite para a produção é a criatividade. É o espírito Do It Yourself sendo posto em prática e fazendo o mundo inteiro mudar.

Você já é adepto da prática do Faça Você Mesmo? Compartilhe suas invenções e dicas nos comentários.