Todo mundo já deu uma moscada em sala de aula, nem sempre estamos envolvidos com a matéria, quem dera a sala de aula fosse tão envolvente como uma conversa de boteco. Às vezes a gente aprende mais com um copo de cerveja na mão do que quando estávamos em sala de aula. O que prova que nossa aprendizagem não é determinada, ela não ocorre mais somente durante a nossa formação escolar.
A gente nunca para de aprender. Em um mundo onde tudo muda o tempo todo, recheado de tecnologia e informação, devemos aprender com as mudanças e quais são as formas de desenvolvimento que precisamos ter para nos mantermos atualizados.
Nunca é cedo ou tarde demais para aprender.
Durante muito tempo, enxergamos a vida como uma receita de bolo, onde se formar, arranjar um emprego, trabalhar por dez anos em uma grande empresa, casar, ter filhos e morrer na mesma profissão eram passos praticamente obrigatórios. Seguindo essa linha de pensamento, concebemos que só havia espaço para o aprendizado na escola e na juventude.
De onde foi que tiramos essa ideia de que existe idade para aprender e idade que não se aprende mais? A aprendizagem acontece em diferentes períodos da vida, basta estar aberto e disposto a aprender, reaprender e aprender mais uma vez.
Existe um modelo que entende a aprendizagem exatamente assim, de forma contínua e voluntária. O estilo de vida das pessoas que adotam este modelo de aprendizagem ao longo da vida, também é conhecido como Lifelong Learning.
O conceito surgiu em 1970. Foi concebido pela união de três órgãos internacionais, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OECD, a UNESCO e o Conselho Europeu.
O Conselho Europeu concebeu a primeira ideia defendendo a permanent education – educação permanente, com a intenção de reformular a educação em toda a Europa. Já a OECD, clamou por uma recurrent education – educação recorrente, onde se alternaria, no ambiente de trabalho, entre a produção e aprendizagem. Enquanto isso, a UNESCO elaborou o termo learning to be – aprendendo a ser, que se popularizou e trouxe consigo a promessa de transformar a sociedade, não só as escolas.
A junção destes termos elaborou o que hoje conhecemos como Lifelong Learning, a aprendizagem contínua.
E onde a gente quer chegar com isso?
Alvin Toffler, escritor futurista norte-americano estudava os impactos da tecnologia no mundo. Ele acreditava que o desafio do século XXI será a educação. Toffler pontua que:
O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender, e reaprender.
Alvin Toffler
Reafirmando mais uma vez a importância de aprendermos ao longo da vida. Esse é o perfil de aprendizagem que devemos integrar em nosso cotidiano.
Aos 68 anos, Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos, se apaixonou por partículas físicas e dedicou anos da sua vida para aprender como elas funcionavam. O ex presidente, graduado em Direito acredita que depois de tantas experiências, ainda tem muito o que aprender. Em uma coletiva ele destaca que o cérebro humano é um presente, e já que não usamos nem metade dele, temos muito o que estimular.
“O que eu aprendi é que tenho muito a aprender.”
Bill Clinton
O que resta para nós é, ser humano.
Se você se relaciona melhor, você trabalha melhor com uma equipe. Se você se comunica melhor, você consegue transmitir melhor suas intenções e assim expõe ideias e propostas de forma mais clara.
Cada dia que passa as atividades que nos difere uns dos outros são habilidades humanas. Então cada vez mais iremos desenvolver habilidades que nos incrementem como pessoas, uma vez que no mundo tecnológico softwares e robôs podem aprender a técnica.
O desenvolvimento pode ser feito de muitas maneiras como por exemplo, melhorando a comunicação, capacidade empática, criatividade e relacionamento interpessoal. Estas são algumas habilidades humanas, nós as chamamos de habilidades comportamentais ou soft skills.
Ao aperfeiçoá-las, seremos capazes de adaptar desempenho e produtividade além de construir um ambiente de trabalho mais saudável, elevando também a satisfação pessoal.
Desenvolver estas habilidades se tornaram um diferencial no mercado de trabalho, não sei vocês, mas preferimos chamá-las de power skills.
Tá vendo como somos poderosos?
Habilidades poderosas
Hoje, estamos há um smartphone de distância de qualquer informação. Quanto mais você se desenvolve como pessoa, mais completo você será. É isso que as empresas do futuro estarão procurando, pessoas com super poderes humanos.
Pessoas que valorizem a importância de estar se reformulando e aprendendo que não parem de procurar meios de ser melhor, e estimular sempre o cérebro a aprender.
Os tempos são líquidos porque, assim como a água, tudo muda muito rapidamente. Na sociedade contemporânea, nada é feito para durar.
Zygmunt Bauman >
Essa mudança da sociedade é resultado dos desafios que a tecnologia de bolso nos trouxe. Exposta a necessidade de renovação, devemos ser flexíveis. A aprendizagem deve ser uma atividade contínua, e não um período fixo em nossas linhas do tempo.
Uma vez que estamos predestinados a aprender ao longo da vida, nosso perfil como seres humanos será modificado. Ao invés de sermos profundos em apenas uma área do conhecimento, iremos construir um novo perfil, mais horizontal, com maior abrangência em outros campos de atuação, esse é o profissional T-Shaped.
Aprenda como se fosse viver para sempre
Mahatma Gandhi