Por que Succession deveria liderar sua lista de séries para assistir
No último dia 12 de julho, conhecemos as indicações ao Emmy 2022, a maior premiação para produções da TV. Nesta lista tão esperada pelos entusiastas, Succession, série da HBO, lidera o número de indicações: ao total, são 25.
Nossa, tudo isso? Não é muito?
Para quem nunca assistiu a essa série, pode parecer exagero esse número tão alto, nos fazendo questionar o que de tão interessante tem nela para merecer 25 indicações no Oscar da TV. Nós, aqui na Descola, sabemos exatamente porque Succession merece todas essas nomeações, mas não queremos focar nessas razões. O que nós vamos te mostrar é por que Succession deveria liderar não só a lista do Emmy, mas a sua lista de séries para assistir.
As relações
Um dos pontos fortes da série, o qual já pode ser motivo suficiente para te convencer a assisti-la, é a questão das relações. Succession conta a história da família Roy, composta por Logan (Brian Cox), o pai, dono do quinto maior conglomerado de mídia e entretenimento do mundo; Kendall (Jeremy Strong), o filho esforçado que tenta seguir os passos do pai; Roman (Kieran Culkin), o filho que não entende nada da empresa, mas quer os lucros; Shiv (Saraha Snook), a filha que usa o poder da família para ser articuladora política; Connor (Alan Ruck), o filho isento que só quer dinheiro; e Greg (Nicholas Braun), o sobrinho que tenta entrar no círculo da família, mas é humilhado por todos.
Com essa família, já dá para imaginar que as relações são bombásticas, certo? E isso só piora quando Logan, o patriarca, sofre um derrame e os filhos começam a disputar o controle da empresa. Como diz aquele famoso ditado: “É cobra comendo cobra.”
O que pode impressionar é que é justamente essa relação agressiva e violenta entre os membros da família que chama a nossa atenção. Ao mesmo tempo em que todo mundo parece se odiar, em meio a um ambiente sem suporte, sem confiança e com muitas mentiras, quando se trata de defender o nome da família, eles estão dispostos a tudo.
A liderança
Como falar da família Roy e não pensar em liderança? São tantas emoções. A começar, claro, pelo patriarca da família, que já está com idade para se aposentar, precisa planejar sua sucessão (entendeu o nome da série, né?!), mas faz de tudo para não sair da direção da empresa e passar o bastão para os filhos. Mesmo com seu derrame, ele insiste em não abandonar o barco, alimentando a hostilidade entre os filhos, que estão em constantes disputas.
O que fica muito marcado aqui é que Logan é um líder às antigas: falta alto, é grosso, rígido, nada humano. Seu patrimônio é um dos maiores, mas será que esse estilo de liderança sobrevive nos tempos atuais? Será que esse perfil de líder seria capaz de manter viva e estável uma empresa tão rica? Apostamos muito que não.
Tem muita coisa acontecendo no mundo: crise sanitária, crise econômica, aquecimento global, conflitos armados, entre muitos outros acontecimentos. Além da responsabilidade governamental diante desses problemas, as grandes corporações acabam recebendo o impacto disso e ganhando a missão de minimizar vários dos problemas econômicos, sociais e ambientais que enfrentamos diariamente. Como um líder às antigas pode resolver essas situações se a grande chave para isso é ser humano e agir com empatia?
Ao longo dos episódios, temos uma verdadeira lição de como a liderança de Logan afeta seus filhos e, lógico, sua relação familiar. Em vez de um ambiente saudável e amoroso, vemos que não há confiança e nem respeito pelas partes.
A transformação organizacional
Se tem uma coisa que não conseguimos ver na série é a transformação organizacional, já que Logan faz o possível e o impossível para arrastar sua liderança até, de fato, não poder mais. Enquanto ele alimenta as desavenças entre os filhos e assiste de camarote os embates familiares, seu papel de líder segue da forma como ele quer que fique.
Entretanto, Succession é um exemplo de como podemos pensar na transformação organizacional de uma empresa e de como, às vezes, é preciso mudar. Atualmente, a tecnologia tem alterado o modo como nos relacionamos no âmbito pessoal e também no âmbito profissional, sem falar em todas as transformações econômicas, sociais e ambientais que estão ocorrendo no mundo, as quais já citamos algumas.
No fim das contas, as organizações que estão mais atentas a essas tendências se movimentam para adequar suas estruturas, seus sistemas, promover treinamentos para seus colaboradores, tudo o que seja necessário para mudar de dentro para fora e acompanhar os acontecimentos do mundo.
A Descola mesmo já está antenada nesse tema e, por isso, preparamos um curso especial sobre Transformação Organizacional, ministrado por Filipe Vicinança, Head de Pessoas e Cultura, o qual você pode assistir e aprender ainda mais sobre o assunto.